Dia do Pai

«Sempre preferi perder em detrimento da felicidade dos outros. Também sou egoísta, mas há certos aspectos e valores que me serão mais importantes que o meu próprio sorriso»

Quarta-feira, dia 19 de Março, foi Dia do Pai. Eu sou daqueles que se refere aos Pais com maiúsculas. Eles são uns verdadeiros heróis na minha vida.

Não vi o meu Pai neste dia, mas sei que andei sempre com ele no meu pensamento. Não lhe disse "Feliz Dia do Pai e obrigado por seres quem és e como és", mas desejei do fundo do coração algo que eu sei que era muito mais valioso e importante para ele: a hipótese de poder dizer ao meu falecido Avô as mesmas palavras que eu não lhe disse.


Eu sei que é um erro meu não ter estado com ele nem ter falado com ele. Ele sabe que eu não sou propriamente o filho sentimentalista que qualquer Pai que luta como ele luta todos os dias gostaria de ter e o facto de ele perceber isso, apesar de alguns conflitos que isso cause entre nós esporadicamente, só me faz ter uma vontade ainda maior de poder retribuir-lhe tudo o que ele me deu...dar-lhe a ele tudo o que ele merece.

Eu só tenho medo de me vir a tornar uma desilusão, de falhar perante os olhos vaidosos com que ele me olha, com as palavras orgulhosas com que ele me descreve, como se eu fosse o melhor do mundo, como se ele, meu Pai, fosse Camões e eu fosse os Lusíadas, obra pela qual ele sem um olho e só com um braço lutou contra Oceanos e morreu na miséria.

É claro que não foi ele o único a lutar por mim e pela minha irmã. Houve mais que o tivessem feito. Mas a falha é minha por não ter estado com ele e bem que podia. Voltei a falhar-lhe em algo tão simples. Desculpa-me Pai. Não é que não goste de ti...apenas gosto demasiado de ti ao ponto de desejar que pudesses dizer-lhe a ele, meu Avô teu Pai, Homem sábio que tanto nos ensinou a ambos, mais a ti que a mim, e que te fez o Homem, Pai e Marido espectacular e extraordinário que és, "Feliz Dia do Pai".



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