Passos: um para trás; dois para a frente.

«É sempre complicado quando queres dar um passo em frente. As saudades do que fica para trás fazem-te duvidar do que podes conquistar. O medo de perderes ou errares o passo faz-te querer ficar onde estás. Arriscarias um salto de fé?»

É com alguma estranheza que observo o que me vai acontecendo e o que vai acontecendo à minha volta. Ninguém diria que à pouco mais de uma semana atrás estava a ponderar como atingir o ponto perfeito de esconder tudo o que eu tivesse de emoções. E consegui, até certo ponto. Não verti uma única lágrima, apesar de ter estado bem perto. Dei um passo em frente nesta cruzada de esconder emoções...passei bastante tempo sem sorrir. Um sorriso sincero.

É claro, para a família tinha sempre uma gargalhada ou um sorriso, mas daqueles como quem diz "age normalmente, que assim ninguém se preocupa". É difícil, não o recomendo a ninguém. Dói-nos e come-nos por dentro. Como se nos tivessem a arrancar qualquer pedaço do nosso interior ao ponto de sentir-mos os "cliques" e os "cracks" e ademais barulhos que possamos imaginar. Imaginem a pior dor que já tiveram dentro de vós e multipliquem-na por muito. E sabem porque dói? Porque estão a fazê-lo com sucesso e a pensar "e as pessoas que se preocupam e que gostam de mim? Elas não me merecem assim tão gélido!". Não merecem...mas são balas perdidas. São danos colaterais.

Tudo muda. Tive apoios dos mais fortes que existem. Eu não quebrei. Não me deixaram quebrar. A minha dúvida, o meu medo e receio é saber se foi meramente ajuda ou mais um de muitos sinais que eu vou ignorando. Ignorava porque não podia, porque tinha de ser, porque não os via como tal. Agora questiono. Leva-me a bom porto. É injusta esta posição em que me encontro porque, se por um lado é o que eventualmente quero, por outro, é os muitos factores que me obrigam a pensar com muita calma e a agir ainda mais lentamente ou, na pior das hipóteses, sorrateiramente. Eu não me quero esconder mais. Quero dar o passo seguinte. Quero, acima de tudo, estar bem e fazer bem.

As questões, essas, são simples de fazer, mas complexas de responder.
  • Será que devia ter sido este o meu primeiro passo?
  • Será que todo este caminho foi propositado para eu me sentir perder?
  • Será que me estou a iludir com nada?
  • Será que esse nada que me ilude e que eu questiono é o meu tudo?
  • Será que devo arriscar com tudo o que isso implica?

Só o tempo o dirá...mais cedo ou mais tarde? Veremos...

Hoje termino de forma diferente. Espero que gostem.

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